quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu ainda tenho muito a aprender de você

Aprender de mim pra você

Aprender com você...

Cada dia mostra um pouco de você

Mostra algo em mim, de mim

Esse é o tempo que passa

E nos revela

Meu propósito não é roubar você

Mas junto aperfeiçoar suas potencialidades

E ajuda-lo em suas fraquezas

Devolvendo-o um pouco de você

E resgatando um pouco de mim!

(Sarah Regina Ramos Freire)

Te amo!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"O tempo batia as asas. No mundo dela era sempre noite. Mesmo de manhã, o céu permanecia no mais completo breu. Cansada daquela mesmice, passou a questionar os porquês de sua existência e da origem do mundo no qual vivia. Procurava a lógica dos fatos e se perdia em suas próprias explicações. Uma idéia fixa martelava em sua cabeça: precisava sair dali e descobrir se tudo era sempre daquele jeito ou se lá longe, bem distante, haveria uma outra realidade. E pôs-se a caminhar. Todo chão era pouco perto do desejo que a movia. E então chegou numa das pontas do mundo: tudo continuava a ser sempre daquele jeito e lá longe, bem distante, não havia nenhuma outra realidade. Deu a volta e seguiu obstinada. Quando mais andava mais sentia o “tamanhão” do mundo. De seus pés brotavam calos. O corpo padecia, descascava, transmutava. E os porquês se tornavam cada vez mais audíveis reverberando nos quartos de seu coração. E no que cruzou o sul, o norte, o leste e o oeste do mundo: tudo continuava a ser sempre daquele jeito e lá longe, bem distante, não havia nenhuma outra realidade. Quanto mais andava mais sentia o tamanhinho do mundo. Não havia mais pra onde ir e seu corpo também não suportava mais acompanhar o ritmo frenético dos porquês de sua cabeça. A massa corpórea dela padecia, pipocava, inchava. Achou que fosse morrer naquele instante e quando olhou de volta para si foi que percebeu a transformação. O corpo dela havia crescido tanto que já não cabia em seu mundo. Com toda aquela pressão, o céu foi se rasgando vagarosamente até revelar a luz. Em seu novo mundo era sempre dia. Mesmo de noite, as estrelas garantiam uma luminosidade que ela jamais poderia prever enquanto lagarta andante dentro da caixa de sapato. Agora era diferente. Ela batia as asas."( Teatro mágico)